DILEMA DA SEG: Português definitivamente não consegue registrar sua diretoria
Carlinhos se elegeu em junho, mas cartório mostra que última diretoria legítima foi registrada em 2003
O presidente da Sociedade Esportiva
Guaxupé, Carlos Alberto Pallos (Português), definitivamente não consegue
oficializar sua diretoria executiva no Cartório de Registro de Imóveis e
Anexos. A última tentativa ocorreu na semana passada, quando o
dirigente protocolou o pedido pela segunda vez, tendo recebido (de novo)
a resposta nesta segunda-feira, 8 de julho, onde o órgão informou que,
para efetuar o registro será necessário, antes de qualquer coisa,
apresentar o primeiro livro de atas do clube (mas ninguém sabe onde ele
está). Desiludido com a situação, Carlinhos se diz “de pés e mãos
atadas”, já que todas as negociações com eventuais patrocinadores
esbarram na falta de documentação.
Carlinhos foi eleito como presidente da
SEG em junho último, quando os cerca de quarenta conselheiros da
entidade o empossaram por aclamação. Desde então, Português iniciou um
trabalho de regularização do clube, que possui dívidas com o Estado e na
Federação Mineira de Futebol, além de enfrentar ainda outros problemas
de ordem jurídica. Na tentativa de colocar a “casa em ordem”, o
dirigente tentou registrar sua diretoria, mas a falta do primeiro livro
tem lhe sido um grande empecilho. “Não sei mais o que fazer, pois não
vou levar as coisas ‘nas coxas’, conforme fizeram meus antecessores. Se é
preciso registrar, vou registrar antes de qualquer coisa. Porém, sem o
livro, não vejo como efetuar este registro”, lamentou ele, que já perdeu
pelo menos três negociações com empresas de grande porte, interessadas
em patrocinar a Esportiva, mas que retiraram suas propostas por não
haver um presidente, oficialmente, à frente do clube.
Embora já bastante desgastado com o que
acontece, Carlinhos pretende se amparar na Justiça, a fim de conseguir o
primeiro livro de atas do clube e, enfim, registrar sua diretoria. “O
Cartório me mostrou, através de documentos, que o último presidente
registrado foi o Tony Play (Antônio Francisco de Oliveira Filho), cujo
mandato durou de 2003 a 2004. Depois dele, ninguém mais levou o negócio a
sério, conforme os próprios relatos do Cartório”, disse Português, que
mostrou certidões obtidas no Cartório de Registro de Imóveis para
comprovar o que declarou ao Jornal. No último dia 24, o dirigente
esportivo esteve com o promotor Cláudio Marins, onde foi orientado a
seguir os trâmites legais, antes de começar o trabalho como dirigente.
“Vou voltar lá e pedir que ele obrigue meus antecessores a entregarem
este livro, pois é impossível que nossa diretoria fique refém de
irregularidades passadas”, disse Carlinhos.
PLAY estaria com o livro?
O advogado Antônio Francisco Oliveira
Filho, popularmente conhecido na cidade como Tony Play, postou
recentemente em sua página no Facebook uma foto onde mostra dois
livros-atas, sendo que um seria, segundo ele mesmo divulgou na referida
rede social, referente à Sociedade Esportiva Guaxupé e o outro relativo
ao XV de Novembro, agremiação da qual Play garante ser também o legítimo
presidente. Bastante Pitoresco, Play quase nunca é levado a sério, uma
vez que protagoniza atitudes irreverentes, como os apelidos de “Rei do
Gado”, “Tony Play Kubitschek”, entre outros, com os quais ele disputou
eleições a prefeito de Guaxupé, de Poços de Caldas e até senador da
República (não sido eleito em nenhuma das ocasiões, embora tenha obtido
uma expressiva votação para senador). Contudo, a própria documentação do
Cartório confirma que Play foi mesmo o presidente da Esportiva –
2003/04. A partir daí, nenhum dos dirigentes teriam, segundo consta,
sido devidamente registrados, o que lhes tiram qualquer autoridade à
frente do clube. CLIQUE e confira.
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